Falhas no sistema de ônibus têm estimulado transporte clandestino em Ilhéus

Ilegalidade que ganha o mercado
AArquivo

Cresceu assustadoramente, nos últimos meses, o número de taxis clandestinos em Ilhéus. O aumento pode estar relacionado à questionável qualidade do sistema público de transporte e a oportunidade de ganhar uns trocados no veículo particular. A reportagem do Jornal Bahia Online registrou cenas que podem reforçar esta tese. Enquanto passageiros aguardavam, ontem, por aproximadamente uma hora, a circulação de ônibus interligando o centro à zona norte de Ilhéus, 18 taxis clandestinos, isso mesmo, 18 contados, pararam no ponto localizado na praça do Fórum Epaminonadas Beberbet de Castro e ofereceram o serviço de transporte para as regiões do Malhado e Teotônio Vilela. E, diga-se de passagem, com bons resultados.

Foram inúmeros os passageiros que aceitaram a proposta. O valor - o mesmo que o oferecido pelas empresas de ônibus - é um dos atrativos. O que preocupa é que o serviço não é legalizado e o usuário, obviamente, não pode contar com a segurança do transporte. O JBO chegou a flagrar, inclusive, lotação acima da permitida e crianças na cadeira da frente, no colo da mãe, sem cinto de segurança. Também flagrou que são veiculos com placas policiais de diversos estados brasileiros. O que mudou, nos últimos tempos, parece ter sido a conservação dos carros. Muitos são novos e o serviço sendo feito por pessoas que aproveitam a circulação normal para ganhar uns trocados com a "carona".

Em contato com o secretário de Serviços Públicos, Isaac Albagli, ele garantiu que as ações de combate ao transporte clandestino têm acontecido com regularidade. "Nos últimos dias apreendemos 14 veículos", contabiliza. Albagli, no entanto, assumiu que o trabalho punitivo tem sofrido pressão até de vereadores. "Basta preender um carro para o telefonema chegar pedindo a liberação", disse. Além de blitze de ruas, Albagli informa que a Prefeitura tem adotado a estratégia de posicionar servidores à paisana, em pontos de ônibus, registrando que veículos circulando na cidade estão disponíveis para o serviço ilegal. "De posse da placa, identificamos o carro e vamos à procura dele", informa.